segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Almoço no Zambi, pausa ad eternum fiat lux

I
Preciso de falar mais a língua deles,
Preciso
D'absorver o conteúdo para cuspi-lo certeiro
Numa cuspideira qualquer que não o é;
Tivesse gosma e o impacto
fosse intenso como o seu verde.
II
O acompanhamento deste prato é
Bá tá tá tá, dou se
quiser pode pedir outro
III
Peça,
mas com rapidez.

Á tarde na Pastelaria do Capitão Nemo ou do barco com o seu nome.Um café e bom bocado à frente do mercado de rua.

Intro

Mais um café do Nautilus
mais uma espera qualquer
mais um futuro incerto
Tardar é a única certeza que tenho
sei também que um dia vai deixar de existir.

Está um dia bonito.
Está como em todos os dias em que,
Por castigo ou ironia Dele
Tenho de trabalhar.
Tenho.
Já tenho o café.
(não preciso mais disto).

Variazzione I - ou la como se escreve.

A pobreza não sobe ao 16º andar
E a fome só lá chega por ocupação
Sempre com armas dó fogo que só queima a comida.

Lá em cima dói o corpor por excessos pecaminosos
o contraste há de ser sempre vertical.

Ninguém prega me Deus a mensagem tua
A que do alto se ouviria tão melhor
Tão MELHOR.

Pisam somente o que é dos outros
Sobre o que deles é edificado

cuidado
não esmagues essa pessoa
que
boa ou não
acaba por ir.

Há melhor degrau que um crânio áspero?
Há melhor certeza de uma subida segura?
O pé gruda e não escorrega
Deixa o peso que não leva
Espalhado nos algures do caminho...

Monstros eleitos na dúvida que a ignorância não conhece
Têm medo do dia
que ele não acabe
Bebem por ele ( a medida que conhecem!)
Perdem-se vidas por um dia delas.

Da janela só eles se veêm,
Como acácias floridas por meses
que desabrocham no acordar

Variazzione II - e insisto no: ou lá, como se escreve? Bem minha senhora não se escreve aqui.
A terra por lavrar dá fruto
mais ou menos
só por sorte.
A mente só pode
aqui
ou o pouco ou o muito que o génio permite.
Vive melhor quem sabe
Quem a não ensinar aprende.
Não sei por onde começar. Fosse um apóstolo de um qualquer estilo literário que inicia o processo de escrita a partir de qualquer parte de um racíocinio. No fundo andasse a pé na minha escrita e não me preocupasse com merdas que, como um avião, só levanta e aterra numa pista qualquer perdendo todo o detalhe do percurso pela distância exigida. De barco ainda penaria mais: visse o que visse só veria o mesmo mesmo que ao fundo o horizonte fosse outro e o H2O tem cócó e isso não fumo.

Entretanto já comecei e desde então já tenho os dedos cansados. Estou com pressa. Tenho internet agora e quero surfar - notem acima de tudo como é interessante o recurso a esta palavra que não se aplica a teias - enquanto a internet está com vento on-shore ou lá como isso se chama. Não tenho internet em casa, não tenho, não. Até fico mais estúpido a escrever embora o recurso seja mais acertivo do adjectivo que é esta palavra.

Histórias ou estórias, quem vos conta distingue-se apesar da sílaba com que começa. É certo que correcções ortográficas podem marcar a diferença e não falo das que passam o vermelho sobre aquilo que escrevemos, se o fazem é porque percebem o escrito e isto, mesmo que cromaticamente nos mande à merda, é só um sinal de que as palavras que escrevemos- ao menos essas senhor - perceberam-se quais eram, independentemente de o conteúdo ter sido vomitado ou não por umas orelhas de certeza sujas por um outro vómito anterior qualquer.

História...Não a posso escrever do meu canto isolado para o qual o mundo não olha. Tivesse estudado engenharia ou física nuclear ou outra coisa qulquer e me debruçado sobre temas sem qualquer tipo de interesse para a natureza humana muito complicados, mesmo muito complicados, e permitisse que com eles fossem construídas coisas bombásticas, mesmo muito bombásticas, que quando falassem delas fosse sempre com um H grande. Fosse um senhor qualquer agarrado a ideais de outro senhor qualquer barbudo (pausa) parecido, mas oposto, ao senhor de barbas que é pai sem ter filhos e que tem um nome que, embora estranho, todos conhecem e que ninguém goza com ele, na natureza de valores; visse no vermelho o ouro e quisesse que tudo fosse de todos e achasse que todos deveriam ser como eu e cortasse sonhos que não tivessem sido programados por mim e...e. E. Virasse cada página com cada passo que dou e pusesse um ponto num parágrafo ditado pelos meus gestos com cada racíocinio que não imponho.

Estórias...Só as tenho pela inexistências das outras que o H distingue. Sonho somente e não vivo o que é escrito por mim com uma noção de intemporalidade mais ou menos relativa mas sempre irreal. Queria ser grande e não sou e procuro por entre parágrafos soltos o sinal com que o meu subconsciente transmite o desejo que também é meu mas que se recusa a partilhar com o meu raciocínio orquestrado por entre as responsabilidades de um dia. No que crio por reflexo vejo sombras de uma dicotomia quase tão estranha que quero que não seja minha e que, só por isso, digo que criei num rasgo de fúria ou de tristeza procurando sempre justificar ao mundo, pelo teor negativo do momento, as minhas representações violentas da realidade que eu sei ser. Há demónios que me perseguem constantemente e anjos que me empurram ou me levam para longe deles: o vermelho assume sempre a minha forma e o outro é sempre outra qualquer, como se expusesse numa superfície com mais ou menos arte uma morte promovida por aquele que dela é retirado num gesto tão puro quanto um sentimento permite.

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Está calor mais uma vez no Maputo. O sol já se começa a pôr mesmo que Verão seja e mesmo que sejam só 5 e meia da tarde. A sala está cheia dos mesmos e do mesmo de sempre. Até escrevo com a mesma cara que me é habitual. Hoje porém houve uma surpresa mais ou menos alegre:

"Estás triste, o que se passa?" - perguntou-me alguém que por cortesia não nomeio.

Estava. Está calor mais uma vez no Maputo. O sol já se começa a pôr mesmo que Verão seja e msmo que sejam só 5 e meia da tarde. A sala está cheia dos mesmo e do mesmo de sempre. Até escrevo com a mesma cara que me é habitual.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Á menina puta mãe de filhos e que conhecia um museu com coisas que, sei lá, são bonitas.

Tinha uma cara lavada,
Nada fácil de encontrar
Até parecia simpática
Abria a boca dava nada
Tudo o que há para ensinar.

A cabeça dói de ouvir
mas o corpo o resto paga
Perdida no ir e vir
Sei que não sabe sentir
E que tem um filho em casa.

Fruto de um azar por certo
e estou só adivinhar
Senti a morte tão perto
Quem não arrisca...e o resto?
Não tem sida p'ra pegar.

sábado, 29 de novembro de 2008

Un otro poema

Dia "D" o de depois
Da noite já acabada
ou assim parecer
mas que trabalho vai foder.


Esquece o tem com que este texto começa
Não interessa se mais ou menos tímido.


Não.



Meu caro cérebro o que te anula discretamente, neste
o instante, ou outro
o quê?



O que te fez perder
ou ganhar se preferires
Estruturas
Mais ou menos complexos mas que aparentam não ter sido ensinadas?

Dadas são algumas coisas à nascença
esquecemo-nos
De parte ou de tudo
Depressa ou não não interessa.


Restasse talvez um pouco de genuidade perfeitamente ingenuidade.
Aquela qque tantas vezes desculpa a criança mais bruta e que se saber ser uma peste
que,
muitas vezes sem cura,
até pode levar à morte
De quem sofre só
Só de quem sofre.
A morte de uma criancinha não bem vista pela sociedade independentemente dos crimes em potência.
Paciência...

Perdido o resto resta só a ciência
Saber que muitos dizem estar no mundo
e que,
De acordo com a escola epistemológica,
por recorrer a medidas e dimensionamento não natural acaba
e digo-vos que isto é verdade não estou a mentir
por construir outro mundo alheio ao que vemos
mas tão válido como o que de partimos.



(...)
É difícil sentir irmãos nesta casa que já se pensara plana
Parece que Atlas largou tudo sobre nós
Não é fácil gritar tendo o mundo às costas
a leveza de ou no espírito é base para uma boa comunicação
Mas só com ele aliviamos qualquer peso
É um processo complexo sem dúvida e
sendo um ciclo é daqueles com virtude alguma
se não reparem: quantos não conhecem que tentaram
e desistiram sem sequer passarem
na casa talvez de partida?


Podem dizer que falo muito pelo que escrevo
pelo que a mim dado sentem que vos imponho numa leitura que não obrigo
que façam o que precisem com mais ou menos lógica
nem que seja pela idade
ela acaba por desaparecer
só por e com ela percebemos que nada é de facto nosso.
O mundo corrompe desde o instante em que nos recebeu
poderia ser irónico, poderia até dizer que é por isso que meter
parte de nós no corpo de uma qualquer
Não é mais que a vontade de um pouco do éden querer
de volta recorrendo à mera física à carnal
à que se cinge ao estudo de variações em movimentos repetitivos.
Sou rei e senho das palavras que escolho, da sintaxe que crio e dos verbos que conjugo
Sou sincero acima de tudo comigo e só assim me dou ao mundo.
Que me aceite ou não da mesmo forma não importa
Sinto, comunico, abro a porta, alívio parte do que arrasto
Agito os grilhões não vendo que ao lado
Até pode estar alguém
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Chega, Chaga de conversa parva
Aqui o mundo tem outra digamos velocidade de cruzeiro
Arrancado que está do outro lado do mundo
Há muito ou talvez não tanto tempo.
Independentemente da extensão das amarras
que
que
que
Aparentemente ainda promovem uma conexão
Segue a sua própria órbita.
Digamos que um ano mais dura embora mais cedo comece...
neste neste neste faz Sol Neste preciso instante
Parece fraco mas queima mais que lá na terra
Até mesmo que na praia dela a famosa lusitana
- já estou mal habituado...
Cada trago disto faz mais disto parte de nós,
Só queremos voltar ao éden há quem o tenha dito
(Fui eu ou um dos outros há pouco creio eu)
e no que tenho não há mais que isto semelhante
àquilo há pouco referido e que não me interessa.
Sol, faz sol, está quentinho tenho o índico ao fundo e isto não há em lisboa.
Agarrasse, levasse tudo comigo na volta...
não posso
falta sempre algo onde quer que eu vá
Sou vazio por Natureza.

Um dia em maputo, creio que uma 4ª feira

I

Aqui os graus são demais
Só condicionando o ar
Não se sentem tão letais
os momentos que frugais
Só acabam por matar.

E a postura só engana
Grau a grau tanto tão mais
Vestes a farda que pana
Deitas-te só numa cama
Só de ti blindado vais...

E vais e vais sem qualquer rumo
Como um palhaço que mente
Nada tendo é teu tudo
O que ditas dita o mundo
Há muito que não és gente.

II
Comida, barriga farta
De um pouco de ou de tudo
Tão cheios o que se passa
Beber água que só mata
Não existe neste mundo.
Entrada que só me engana
Carne ou peixe que sacia
O talher cruzado mando
Tudo aquilo porque clama
Para o nada a maioria
E sobre a mesa não resta
Nada, tudo consumido
Fez-se rápido a festa
Vamos, depressa depressa
Não quero nada negrinho.
III
O hipermercado até era
À minha primeira vista
tudo aquilo que se espera
Até la na nossa terra
o comércio se faria.
Olhando nas prateleiras
na secção de higiene
vi letras não vi ideias
as letras eram tão estranhas
Só p'la forma vi um creme.
Fiquei chocado à saída
- Um, dois, três funcionários?-
Só recebe uma menina
A outra põe na saquinha
Confirma o outro com fato.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

vinte seis de um onze de um tal de dois com dois zeros e um oito

I

Pesa-me muito a cabeça
Sinto o meu corpo distante
No que será que ele pensa?
Vícios ditam a sentença
Tempo que houve e o restante.

Vida é casa que conheço
Movo-me sem qualquer luz
Vou em frente, subo e desço,
Só com surpresa tropeço
Ter um só sentido é cruz.

Somo uns instantes a uns
Tudo Parece tão grande
A altura? Nada reduz...
Vai-se c'oa magia e catapruz
Sou só banco de elefante.

II
O senhor com pin's de todo o lado mas que dali não sai.
Tinha pins o senhor
De quase todos os lados.
Polia-os com primor
Todos os dias para por
Qualquer um impressionado.
Só com carinho polia
Bandeiras, heróis e nadas
Símbolos de amor política
Até o que chama a polícia
Com a sua mão cansada.
Oh! Deus do pequeno mundo
Canto a canto só estimado
Porque não cresces e o fundo
Já há muito dado único
Por teus dedos é levado?